Neste artigo, examinaremos o nível de endividamento da população brasileira e sua evolução ao longo do tempo, destacando os principais fatores que contribuem para esse crescimento.
Nos últimos anos, o endividamento das famílias tem mostrado uma tendência crescente, impulsionado por diversos fatores econômicos.

Aqui está o gráfico que mostra a evolução do percentual de famílias endividadas no Brasil nos últimos 10 anos (2013-2023). Observa-se que o endividamento se manteve relativamente estável até 2017, com uma tendência de alta a partir de 2018, alcançando seu maior patamar em 2023, com 78,3% das famílias endividadas. Esse crescimento recente pode ser influenciado por fatores como a pandemia e o aumento dos juros.
Principais Indicadores de Endividamento:
- Porcentagem de famílias endividadas: Segundo a a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias brasileiras com algum tipo de dívida alcançou 78,3% em setembro de 2023. Isso representa um aumento em relação aos anos anteriores. Esse percentual inclui dívidas como cartão de crédito, financiamento de carro, crédito pessoal e financiamento imobiliário.
- Tipos de Dívidas Mais Comuns:
- Cartão de crédito: A dívida mais recorrente entre os brasileiros, representando cerca de 88% das famílias endividadas.
- Crédito pessoal e financiamentos de veículos: São também formas significativas de endividamento, mas em proporções menores em relação ao cartão de crédito.
- Dívidas em Atraso:
- Cerca de 29,1% das famílias brasileiras tinham contas em atraso em setembro de 2023, um indicador preocupante de que muitos brasileiros não conseguem pagar suas dívidas no prazo acordado.
- A parcela de famílias que afirmam não ter condições de pagar suas dívidas e, portanto, estão em situação de inadimplência, é de aproximadamente 10,8%.
- Relação Dívida/Renda:
- A relação entre dívida e renda familiar também tem se elevado. Segundo dados do Banco Central, o percentual da renda comprometida com dívidas alcançou 50,3% no segundo trimestre de 2023, um dos níveis mais altos já registrados.
Motivos do Crescimento do Endividamento:
- Aumento dos juros: A alta taxa de juros, com a Selic em torno de 13,75% ao ano (em 2023), encarece o crédito, principalmente no cartão de crédito e empréstimos pessoais.
- Inflação: A perda de poder de compra faz com que muitas famílias recorram a empréstimos ou ao cartão de crédito para suprir suas necessidades básicas.
- Desemprego e renda estável: Apesar de uma leve melhora no desemprego, muitas famílias continuam com renda estagnada ou diminuída, o que aumenta a dependência do crédito.
A combinação de juros elevados, inflação e a necessidade de financiamento de despesas básicas tem pressionado as famílias brasileiras, resultando em um cenário de endividamento crescente e, em muitos casos, inadimplência.
Não dá para dizer, porém, que é por isso que se investe pouco no Brasil. As famílias americanas têm um endividamento alto, composto principalmente por dívidas com financiamento estudantil, hipotecas mobiliárias e financiamento para compra de veículos, só para ficar nos principais itens. Mas vamos abordar com essa comparação em um próximo artigo, não perca!